sábado, 28 de julho de 2018

Paredes invisíveis que construímos ao nosso redor







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   O ser humano é capaz. Capaz de ir além, de ser mais, humano. Capaz de construir, e constrói, paredes. Paredes, muretas, MURALHAS!

   Ao passo que o mundo avança em direção a uma tecnologia que nos enche os olhos, construímos paredes que nos impedem de enxergar. De enxergar além. O que há além dos tijolos? Tijolos que empilhamos ao nosso redor todos os dias. Mais um, mais um, MAIS UM! Um aqui, outro ali e TCHANRAM: lá está. Mais uma parede, que nos cerceia a capacidade de sermos, humanos.
   Paredes que criamos a cada NÃO. A cada NÃO ao pôr do sol naquele finzinho de tarde normal, a cada papo que NÃO tivemos com os amigos, sentados na calçada de casa. A cada demonstração de afeto que NÃO expressamos por vergonha de sentir. A cada risada que NÃO demos da piadinha meia boca do tio canastrão naquele almoço de domingo em que preferimos NÃO sentar na mesa com nossa família. “Ah NÃO... quanta gente chata”. A cada estória contada pelos nossos avós que NÃO tivemos tempo para ouvir pois estávamos atarefados demais. A cada “eu te amo” não dito aos nossos pais ou a cada vez que respondemos NÃO ao “oi, vamos brincar lá fora?” que nosso irmão mais novo disse e NÃO saímos correndo pelo quintal, sentindo que cada mancha de sujeira e cada gota de suor foi recompensada pelos sorrisos espalhados.
   Tijolos, tijolos, TIJOLOS! SIM, tijolos. Tijolos cimentados também a cada SIM. A cada SIM para os sentimentos ruins. A cada SIM para o pedido do nosso ego, que cada vez mais tem a necessidade de ser inflado. A cada SIM para a vaidade, para o egoísmo, para a sensação de que “SIM, o mundo gira em torno de mim”. A cada SIM para a necessidade de aprovação. A cada SIM para a intolerância e qualquer que seja a sua manifestação. Tijolo por tijolo. Paredes erguidas.
Mas, o ser humano continua capaz.
Ainda somos capazes?
Ainda somos capazes!
Capazes de remover cada tijolo.
Capazes de mudar os sins e os nãos.
Capazes de enxergar a felicidade na simplicidade das coisas que realmente são importantes.
Capazes de vencer os medos.
Capazes de construir caminhos ao invés de paredes.
Capazes de demolir e ir para além dos muros, em direção à vida. Agora. VÁ!